Irresponsabilidade x fatalidade - NetSeg

Irresponsabilidade x fatalidade

Consultoria | 15/02/2013

Por Celso Calazans

Quando assistimos na televisão as noticias de grandes tragédias, ficamos atônitos, grande catástrofes da natureza nos assustam muito, agora, o que dá medo mesmo é a irresponsabilidade de alguns empresários que não pensam na vida dos frequentadores de suas casas de eventos, como o recente ocorrido  em Santa Maria, onde centenas de pessoas perderam a vida e outros estão internados intoxicados pela fumaça do material de isolação acústica, mas feridos para sempre na alma, pela incompetência de quem acha que sabe de segurança, gerindo  pequeno locais ‘’os Inferninhos’’ e também os  grandes palácios de eventos internacionais, podem estar inclusos nesta estatística de descaso pela vida humana. Enquanto nossos profissionais de segurança estiverem desempregados ou sucumbidos seus conhecimentos por falta de oportunidades de demonstrarem o quão importante é ter um bom projeto de segurança, em algumas instituições a segurança esta subordinada ao departamento financeiro, recursos humanos, serviços gerais e outros, precisamos deixar o ‘empirismo’ de lado e vamos entregar a segurança nas mãos dos profissionais especializados, professores universitários, escritores e consultores em segurança, com certificações nacionais e internacionais realizando seu trabalho na integra e não parcialmente, inclui neste trabalho uma analise de risco, plano de evacuação , plano de fuga ou abandono, com iluminação adequada , sinalização apropriada e de emergência, projetos de sistema de incêndio, hidrantes, escadas de emergência  e outros. Todos os equipamentos são para a segurança e são conhecidos como sistema de prevenção incêndio e não correção. Enquanto isto estas boates tem falta de pessoas capacitados para  situações de pânico, falta de treinamento e conhecimento, o preparo necessário para agir em situação de correria e de total falta de controle da multidão  dentro destas boates pelos rincões de todo Brasil.

Quando falamos de equipamento de detecção de incêndio..... ai a coisa é muito grave, muito gestores ou empresários deste locais não  sabem  a diferença entre detecção e o combate ao incêndio, detector de  um extintor de incêndio. Uma situação lastimável que envolve vidas de pessoas inocentes que frequentam estes lugares chamados de ‘balada’’. Eu sei é caro ter um bom sistema de segurança contra incêndio, plano de abandono, sinalização e produtos anti chamas mas, quanto custo a vida do cliente, quanto terão que pagar de indenização para as famílias de luto, que merecem nosso respeito e nossas condolências pela tragédia que envolveu seus entes queridos, quantos mais ainda vão perder suas vidas de forma absurda, por pura falta de responsabilidade.
A sociedade precisa dar um basta a isto tudo, ministério publico , os órgãos de classe  e dos governos estaduais e municipais na fiscalização destes locais, não basta ter normas, alias existem muitas  e bem fundamentadas, o que falta é uma rigidez maior que possa punir de verdade os infratores  tanto civil como criminal e dar poder aos agentes do governo para fechar estas ‘Arapucas’ disfarçadas de casa de show. Acorda Brasil !!! Somente o rigor da lei e fiscalização podem colocar estes locais dentro da legalidade, não adianta ir a ‘caça as bruxas’ querendo mostrar força após a tragédia, aliás força não e uma boa solução na segurança moderna mas sim, a inteligência e a estratégia. O caso da Boate em Santa Maria é apenas a ponta do iceberg, existem muitos outros lugares com as mesmas deficiências, se for feito um pente fino nem as instituições do governo escapam. As responsabilidades de fiscalizar devem ser divididas entre; prefeitura, corpo de bombeiros, defesa civil, Cau, Crea e órgãos de classe  de segurança, para emissão de  laudo da situação do imóvel antes de emitir o alvará de funcionamento e não depois da tragédia, os órgãos fiscalizadores deixar de assumir as responsabilidades.’

E para quem acha que foi um fato isolado sem importância, a tragédia foi anunciada e comentada pelas principais mídias do mundo, e houve até questionamento sobre a nossa competência em organizar com segurança um evento mundial do porte da Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, como estará nossa segurança? Como podemos estar seguro em um país aonde quem fiscaliza não fiscaliza e quem poderia criar leis mais rígidas nao estão preocupados. Não fazemos o mínimo necessário pela segurança da sociedade na hora do lazer.

Em visita recente ao Stade France - Paris, conversando com os responsáveis pela segurança, o plano de abandono do estádio repleto em dia de jogo é de alguns minutos em caso de tragédia no estádio, tempo útil para salvar vidas e evitar mortandade e se tornar manchete de jornal por falta de uma política de segurança consistente. Temos muito que aprender com as experiências daqueles que há muito tempo cuidam da segurança patrimonial com seriedade e responsabilidade sem dar chance risco e depois colocar a culpa no ‘Abreu, se ele não se  responsabilizar pelo danos nem Eu’.  Basta de achar que tudo é casualidade !!! Acorda Brasil, antes que seja tarde!!!

A solução vem do bom senso e da competência, regulamentar as instituições que podem ajudar na fiscalização, punir fiscais corruptos, normas e regras para cada seguimento e deixar que os  improvisos venham servir de proteção para os que querem burlar as normas e a legislação, órgãos como ABGS,ABSO,ABSEG,ABESE,ABINEE,ASIS Brasil e outros que podem contribuir para melhorar a segurança através de seus profissionais  e que muitas vezes não são citados para contribuir na formatação de projetos que podem preservar vidas, isto em todos os setores da sociedade.

Boa sorte e viva seguro!!!

Sobre o Autor

Antonio Celso Calazans é graduado em administração de empresas com ênfase em comércio exterior nas Faculdades Integradas Tibiriçá - São Paulo, Pós-graduado em gestão de negócios, Fiap, Especialista em segurança pela Universidad Central de Bayamón Emforvigil S.A.