Agora o reconhecimento facial pode ser usado até em pagamentos - NetSeg

Agora o reconhecimento facial pode ser usado até em pagamentos

Cidades Digitais | 2016-10-27

A Neurotech usa a tecnologia de reconhecimento facial para combater fraudes no varejo 

Grandes varejistas são vítimas de tentativas diárias de fraude. Com documentos falsos, criminosos tentam tirar cartões de crédito ou conseguir crediários. 

Segundo Wagner Coppede Jr., diretor de Soluções e Engenharia da NEC no Brasil, são registradas em média 5 mil tentativas diárias de fraude em lojas brasileiras. 

Para combater esse tipo de problema, a Neurotech incorporou a tecnologia de reconhecimento facial da NEC na sua solução de prevenção e detecção de fraudes. 

“Quando vai fazer o cartão da loja, o cliente entrega uma série de documentos”, afirma Rodrigo Cunha, sócio-diretor da Neurotech. “A partir da foto do documento digitalizado, fazemos a biometria facial.” 

A tecnologia começou a ser usada pela Neurotech no ano passado e, segundo Cunha, consegue reduzir em até 90% as fraudes. 

A Neurotech oferece a tecnologia para vários varejistas e já conta com um banco de dados de mais de 5 milhões de rostos. Em média, cada análise leva de 3 a 4 segundos. 

“Também é possível fazer o reconhecimento facial com uma webcam, mas a maioria dos nossos clientes prefere usar os documentos”, diz Cunha. 

O sistema analisa as proporções do rosto, como distância entre olhos, nariz e boca. Dessa forma, a pessoa é reconhecida mesmo que coloque óculos, chapéu ou peruca. 

O reconhecimento facial é somente uma das opções de biometria. A mais comum é a leitura de digitais, mas existem outras formas de identificação biométrica, como íris, voz e DNA. 

Redução de perdas 

Cunha explica, quando um varejista é vítima de fraude, o prejuízo não se limita ao que o criminoso comprou e deixou de pagar. 

“Imagine que o prejuízo financeiro foi de R$ 1 mil”, conta o executivo. “Além disso, o criminoso usou documentos de outra pessoa, que também foi vítima e teve o seu nome negativado no mercado.” 

Normalmente, quem teve o nome negativado de forma indevida entra com uma ação na Justiça contra o varejista e chega a ganhar, em média, de R$ 5 mil a R$ 6 mil. 

“Com o combate à fraude, é possível reduzir perdas e oferecer taxas de juros menores para o consumidor”, afirma o diretor da Neurotech. “As aplicações do reconhecimento facial para a identificação de pessoas são infinitas.” 

Além do varejo, Cunha vê a possibilidade de usar o sistema em bancos, financeiras, operadoras telecomunicações, empresas de saúde e transporte público. 

Acesso e pagamentos 

A própria NEC usa o reconhecimento facial para controlar o acesso às suas instalações em São Paulo. “A tecnologia é tão precisa que começou a ser utilizada para pagamentos no Japão”, conta Coppede Jr. 

A empresa começou um piloto de pagamentos que vai, gradualmente, incluir seus 100 mil colaboradores no Japão. 

A solução de pagamentos dispensa o uso de cartões, e pode ser combinada a outros tipos de identificação, como senhas, para autorizar pagamentos de maior valor. 

A solução de biometria facial pode incluir prova de vida, como a análise de movimentos do rosto ou da imagem do fundo, para garantir que a câmera não tenha à sua frente uma foto de alta resolução no lugar de uma pessoa. 

“Antigamente, havia a barreira da privacidade, mas as pessoas aceitaram ser filmadas para ter segurança”, explica o executivo da NEC. “Existem dois tipos de biometria, a fisiológica e a comportamental.” 

Um exemplo de aplicação comportamental da biometria são os centros de controle que recebem imagens de câmera numa cidade. 

“Uma capital tem entre 1 mil e 2 mil câmeras”, afirma Coppede Jr. “Vinte pessoas numa sala de controle não conseguem dar conta de todas essas imagens.” 

Usando aprendizagem de máquina, uma área da inteligência artificial, é possível criar sistemas que identificam comportamentos incomuns de pessoas em lugares públicos, para fazer uma pré-seleção das imagens mostradas no centro de controle. 

“Por exemplo, a alteração do volume de tráfego de pessoas numa estação de metrô de manhã pode indicar problema operacional”, diz o executivo. “Ou, se alguém entrou num prédio vestindo capacete, pode haver risco de segurança.” 

O mercado brasileiro de biometria movimenta cerca de R$ 250 milhões ao ano. A expectativa é que esse montante alcance R$ 1 bilhão até 2020. 

No Brasil, 11 Estados usam a biometria e cinco deles adotam tecnologia NEC para suporte à segurança pública. A empresa também foi selecionada pela Receita Federal para implementar reconhecimento facial em 14 aeroportos. 

Fonte: Inova.jor