Data Center: Criando um Ecossistema Focado em Escalabilidade e Segurança - NetSeg

Data Center: Criando um Ecossistema Focado em Escalabilidade e Segurança

Educação | 2022-06-15

A crescente necessidade de geração e processamento de dados anda lado a lado com a segurança e coloca em destaque a importância da evolução dos data centers.

Em 2010, foram gerados 2 zettabytes (o equivalente a 1bi de teras) de dados no mundo. Dez anos depois, esse volume saltou para 64zb – e deve quase triplicar até 2025. Este aumento está diretamente relacionado à acelerada busca por inteligência acionável na tomada de decisões e aplicação de estratégias nos mais diversos cenários e mercados, desde varejo online até marketing e os mais altos níveis de gestão corporativa.

Para responder a este novo cenário de alta demanda de performance, as empresas vêm investindo pesadamente em soluções de infraestrutura. Neste contexto, mesmo com o notável crescimento da cloud, o data center segue como um pilar fundamental para o armazenamento e o processamento de dados em grande escala.

Sendo assim, é importante entender quais os desafios, práticas e tendências existentes na jornada de evolução do DC, de modo a garantir eficácia operacional e segurança para um mundo hiperconectado.

Segurança e performance, otimizadas

Com a entrada em vigor de leis como a LGPD, no Brasil, e o GDPR, na Europa, a questão da segurança de dados nunca esteve tão em alta. Paralelamente, a maior competitividade exige performance e altíssima disponibilidade dos data centers, de modo que o sucesso deste tipo de serviço reside no equilíbrio e na maximização destes dois fatores. Claramente, este cenário traz grandes desafios.

Para entender melhor quais são estes desafios e como abordá-los de forma efetiva, listamos aqui os quatro principais e nossa leitura sobre as práticas que podem solucioná-los:

Espaço físico e capacidade energética

A instalação de um data center precisa, primeiramente, de um espaço físico adequado, de modo a garantir segurança, eficiência e economia de recursos. Entre algumas abordagens para lidar com essas questões estão o uso de supercomputadores modernos, planejamento dos ambientes, consumo de energia limpa e uso de softwares para monitoramento de processamento e temperatura.

Com isso, é possível ter um maior controle, reduzindo significativamente o impacto ambiental da operação – o que vai, inclusive ao encontro das obrigações das organizações de todos os portes e setores em relação à sustentabilidade no consumo de energia elétrica.

Segurança digital e física

Controle físico de acessos, monitoramento de perímetro, detectores de metais e outros recursos físicos são imprescindíveis para garantir a inviolabilidade do data center. Paralelamente, defesas digitais multicamadas e integradas, com acesso hierarquizado e monitoramento em tempo real de todo o ambiente e ferramentas de detecção e resposta a incidentes são cruciais para a proteção efetiva no aspecto digital.

Este tipo de cuidado é decisivo para o sucesso do data center, visto que, segundo uma pesquisa de 2020 realizada pela Kaspersky, o Brasil foi líder mundial em vazamento de dados. Além disso, a perspectiva é de piora: apenas nos dois primeiros meses de 2021, foram mais de 220 milhões de dados expostos que foram para a deep web.

Armazenamento e resiliência para volume de dados

Outro aspecto que traz desafios em relação à otimização do data center é o armazenamento e resiliência para volume de dados. Na prática, isso significa reagir de forma rápida a mudanças, lidar com problemas e se adaptar a um novo cenário corporativo que vem se apresentando desde o início da pandemia. Para tanto, servidores, redes, sistemas de armazenamento ou o data center por completo precisam contar com ferramentas de disaster recovery e backupeamento automático inteligente, evitando perda e corrupção de dados, além de downtime.

Visualização dos recursos virtuais

A virtualização de sistemas e recursos é altamente recomendada, na medida em que proporciona mais flexibilidade aos servidores, possibilita a redução de seus números e ainda facilita interações cloud para criação de ambientes híbridos. Por outro lado, o aumento de máquinas virtuais no ecossistema aumenta, proporcionalmente, a superfície de ataque e a área a ser visualizada. Assim, é importante contar com práticas e ferramentas que garantam governança e uma postura sólida em segurança, garantindo visualização total de todo o ambiente, seja com VMs, bare metal ou qualquer outra modalidade.

5 tendências a serem vistas nos próximos anos

Em meio a constante evolução dos Data Centers e a demanda por processamento cada vez mais rápido, o mercado já se prepara para adotar uma nova série de tendências que irão aprimorar ainda mais a escala desses espaços com automação, edge computing e ambientes híbridos.

Segurança em primeiro lugar

Como dito anteriormente, as novas leis de dados são duras, prevendo penalidades milionárias em caso de perda, vazamento ou exposição de dados de clientes; aliado a um panorama de maior volume de ações cybercriminosas visando este tipo de ativo, o momento é de grande risco para este tipo de serviço. A segurança, portanto, deve estar em constante foco, para que se evitem problemas graves, tais como:

Vulnerabilidade a desastres

Desde a queda de energia até ataques de negação de serviço, as equipes precisam se preparar ao máximo para desastres e incidentes que levem ao downtime, bem como ter uma resposta rápida e precisa a eles, o que só é possível com uma estratégia eficiente de segurança da informação. Essa deve contemplar, por exemplo, a implementação de backups e a análise de sistemas redundantes, os quais garantem que a empresa não perca, permanentemente, dados vitais para a operação.

Vazamento e sequestro de dados

Além dos vazamentos de dados mencionados anteriormente, outros perigos rondam estes ativos digitais, como, por exemplo, o ransomware, que é a prática de criptografar dados da vítima para cobrança de resgate. Os valores costumam ser altos, chegando ao patamar de US $1 bilhão para liberação dos arquivos; nesse contexto, um estudo da Trend Micro Brasil, em parceria com o Ponemon Institute, aponta que 80% das empresas globais correm o risco de sofrerem violações de dados em um ano, as quais podem afetar os seus clientes.

Informações como estas mostram que um dos maiores riscos atrelados à segurança é também um dos maiores desafios das empresas em relação aos seus data centers. E as consequências mostram o tamanho do perigo, o qual envolve perdas financeiras, imagem corrompida, meses de trabalho perdido, processos e muito mais.

Perda de eficiência operacional

No mundo corporativo atual, ter dados comprometidos em função da falta de segurança pode influenciar negativamente na continuidade da operação, na medida em que desastres ou outros transtornos podem impedir o acesso a servidores, arquivos, documentos e dados críticos. Assim, um downtime inesperado pode se transformar diretamente em perda de dinheiro e custos desnecessários para o cliente e para o próprio fornecedor; consistentemente, só em maio de 2020, 37% das SMBs sofreram com downtime de data centers, segundo a Infrascale.

Operações pouco produtivas

Dando sequência ao tópico anterior, uma segurança de data center fraca e descentralizada pode gerar mais alertas e sobrecarregar a equipe de TI/ SOC, afetando sua produtividade e capacidade de inovação. Assim, o foco que poderia ser dado em otimização e melhoria acaba sendo destinado à solução de problemas evitáveis, reduzindo a efetividade do time.