IA, Cibersegurança e Controle de Acesso: estamos prontos para essa convergência? - NetSeg

IA, Cibersegurança e Controle de Acesso: estamos prontos para essa convergência?

TI & Software | 2025-07-07

Nos últimos anos, venho acompanhando de perto como a tecnologia vem transformando a maneira como pensamos segurança — especialmente quando o assunto é controle de acesso em ambientes públicos e de infraestrutura crítica. 

O que antes era visto como uma barreira física ou um ponto de autorização pontual, hoje passa a ser parte de um sistema vivo, dinâmico, que aprende, se adapta e reage em tempo real. 

A Inteligência Artificial (IA) está no centro dessa mudança. Ao integrar IA aos sistemas de controle de acesso, conseguimos muito mais do que validar entradas — passamos a compreender o contexto de cada tentativa de acesso: quem é a pessoa, onde ela está, que comportamento tem apresentado, qual o histórico, se há padrões fora da curva. 

Essa leitura em tempo real permite detectar riscos invisíveis aos olhos humanos. Já presenciei casos em que a IA alertou sobre movimentações atípicas mesmo com credenciais válidas, ou bloqueou tentativas de acesso cruzando dados de biometria com horários e localizações incompatíveis. Isso muda o jogo completamente. 

Mas esse avanço só se sustenta com integração entre sistemas. E aqui está uma das maiores revoluções em curso: o controle de acesso se conectando com sistemas de vídeo, sensores IoT, alarmes, softwares de gestão e plataformas de analytics. Tudo conversando entre si. 

Essa integração é o que permite, por exemplo, que uma leitura de placa (LPR) em um portão acione automaticamente uma verificação facial na entrada principal, envie alertas em tempo real para a equipe de segurança e registre tudo em um dashboard gerencial. 

Não se trata apenas de proteger portas e catracas. Estamos falando de proteger processos, dados, pessoas e reputações. 

E é impossível falar disso sem mencionar a cibersegurança. Em um cenário em que sistemas estão cada vez mais conectados e sensíveis, a segurança digital se torna inseparável da física. Afinal, que valor tem uma catraca blindada se o banco de dados que a gerência está vulnerável? 

Neste novo cenário, controle de acesso, IA e cibersegurança formam um tripé que precisa ser planejado desde o início — especialmente quando falamos de ambientes públicos, hospitais, usinas, redes logísticas e outros ativos críticos. 

Mais do que acompanhar tendências, acredito que o papel de quem trabalha com segurança hoje é provocar a transformação. Isso envolve não só investir em tecnologia, mas também em estratégia, governança e geração de valor para o cliente. 

Segurança não é mais um custo. É um ativo. Um diferencial competitivo. E, cada vez mais, um elo vital para a continuidade dos negócios. 

Essa é a reflexão que trago com base na experiência em campo, em projetos que exigem alto desempenho, confiança e inteligência.

Por Bruno Carvalho – Sócio e Diretor Comercial com atuação nos segmentos público e elétrico