Descarga elétrica afeta vigilância por Câmeras

Ruas nos setores Fama, Campinas e Centro estão menos seguras com ausência do sistema de monitoramento por câmeras. Desde o dia 2 de outubro o serviço, que é operado pela Polícia Militar, não está funcionando por causa de uma forte descarga elétrica provocada pela queda de um raio que atingiu o sistema.
“Infelizmente foi um problema grave provocado por essa forte descarga elétrica que danificou parte dos equipamentos. Mas a Polícia Militar está acionando, diuturnamente, a empresa responsável pela manutenção e já na próxima semana esse monitoramento estará funcionando normalmente”, explica o coronel José Divino Cabral, o comandante do policiamento da capital.
Coincidência ou não, comerciantes da região do Centro reclamam do aumento no número de arrombamentos. Dono de um quiosque de lanches na Avenida Goiás, o comerciante Antônio Batista da Silva, 37 anos, reclama que há cerca de dez dias teve seu estabelecimento arrombado. “Depois disso tive de reforçar a fechadura para ter o mínimo de segurança”, conta.
O também comerciante Flávio Rogério de Paulo Gontijo, 35 anos, proprietário de um quiosque de lanches na Rua 3, alerta que o número de arrombamentos a lojas no Centro vem crescendo nos últimos meses. “Um colega nosso, que também é dono de uma loja de lanches, na semana passada teve seu estabelecimento arrombado na sexta, sábado e domingo”, revela.
Comandante do policiamento na região do Centro, o major Luiz Alberto Sardinha Bites admite que ausência do sistema de monitoramento tem feito falta para o trabalho da polícia. “Na semana passada um idoso teve o pagamento de sua aposentadoria levado quando foi assaltado na Praça do Bandeirante. Se o sistema estivesse funcionando ajudaria a polícia a identificar o autor e, é claro, recuperar o dinheiro da vítima”, diz o policial.
SISTEMA TERIA REDUZIDO OCORRÊNCIAS EM 90%
Apesar de não estar funcionando no momento, Major Bites afirma que o serviço ajudou a Polícia Militar a reduzir em 90% as ocorrências de furtos, roubos, venda de produtos piratas e contrabandeados nos setores de Campinas, Fama, e no Centro.
Segundo ele, o sistema tem proporcionado mais precisão e economia de efetivo e tempo no trabalho de segurança. “Há uma economia de efetivo, porque seria necessário no mínimo quatro policiais para fazer essa varredura que cada câmera faz. Também há uma economia de tempo porque a viatura pode ser acionada antes mesmo do delito, quando há o registro de alguma situação suspeita. Sem falar que a abordagem aos suspeitos é feita com mais precisão”, afirma.
Instaladas estrategicamente em locais com grande concentração de lojas e alto fluxo de pessoas, as câmeras são controladas de uma central, que funciona 24 horas por dia e conta com o trabalho de 20 operadores, divididos em cinco equipes. “Os movimentos das câmeras são automáticos, mas a qualquer momento os operadores podem acioná-las e controla-las remotamente da central”, explica o chefe do serviço de monitoramento da PM, capitão Willian Efigênio da Silva.
As imagens captadas são avaliadas pelos próprios operadores, que repassam o máximo de detalhes às viaturas que ficam em locais estratégicos. “Por meio deste sistema conseguimos visualizar facilmente nas ruas uma pessoa com atitude suspeita ou uma situação que precise da intervenção da polícia, como, por exemplo, uma briga ou alguém que esteja vendendo algum produto contrabandeado ou pirata”, exemplifica o capitão Efigênio.
De acordo com o capitão Efigêncio, as imagens captadas pelas câmeras ficam armazenadas por sete dias e são descartadas caso ninguém solicite. Segundo ele, o sistema de monitoramento tem, inclusive, auxiliado no trabalho da Polícia Civil para elucidação de crimes, como, por exemplo, a morte da publicitária Pollyana Arruda Borges, 26 anos, ocorrida no último dia 24. “A Polícia Civil já nos solicitou 15 horas de gravação para auxiliar nas investigações”, conta o capitão. (A.C.)