Câmeras de vigilância não evitam furtos de laptops em aeroportos - NetSeg

Câmeras de vigilância não evitam furtos de laptops em aeroportos

Transporte |

Os corredores do aeroporto de Congonhas, o segundo mais movimentado do País, são vigiados por cerca de 170 câmeras, 24 horas por dia. Isso sem falar na polícia militar que faz a segurança na área externa do terminal e nos policiais civis disfarçados que caminham durante todo o dia entre os passageiros. 

"Se tiver alguém sem bagagem, de bobeira, nós abordamos, perguntamos o que a pessoa está fazendo, para onde vai e checamos os antecedentes", explica o titular da delegacia de Congonhas, Marcelo Palhares. Mesmo assim, dois laptops são roubados por mês no terminal."A maioria dos relatos é de que a pessoa deixou por alguns instantes ou se distraiu por alguns segundos e o aparelho sumiu", disse Palhares. 

E basta um rápido passeio para confirmar o que diz a polícia. É comum encontrar malas sozinhas nas mesas das lanchonetes, enquanto os donos compram a refeição; pessoas que dão as costas às malas por minutos enquanto fazem o check-in ou deixam os pertences em carrinhos encostados em qualquer lugar para ler livros e revistas. Nestes casos, o ladrão age sem dificuldade.Situação confirmada pelas imagens gravadas pelas câmeras de segurança. Uma delas flagrou o momento que um passageiro deixou o seu carrinho com as bagagens no corredor de uma livraria de Congonhas e se afastou para olhar os produtos numa vitrine. Segundos depois, o ladrão aparece pegando uma das malas e saindo tranquilamente. De acordo com Palhares, a vítima só se deu conta do furto quando teve de tirar as malas do carrinho.

Crime é praticado por estrangeiros

Segundo o delegado, os autores são, geralmente, estrangeiros de países latinos e estão sempre bem vestidos. "Na semana passada pegamos um casal de Colombianos", contou ele. Neste ano, foram presas duas quadrilhas que praticavam esse tipo de crime, uma formada por venezuelanos e outra por peruanos.O problema não é exclusividade do aeroporto paulista. 

Os maiores terminais do País também convivem com o crime. De acordo com o titular da delegacia da polícia civil do aeroporto internacional de Guarulhos, Ricardo Guanaes Domingues, é difícil combater esse tipo de furto já que 99% das vítimas estão distraídas e relaxadas no momento do crime e nem percebem a ação dos ladrões.Para Guanaes, as pessoas se sentem seguras ao entrar no saguão e se tornam "menos vigilantes com os seus pertences". 

Apesar de admitir a ocorrência do crime, o aeroporto mais movimentado do Brasil não fornece os números de furtos. O terceiro maior aeroporto, Juscelino Kubitschek, em Brasília, registrou seis furtos de laptops em 2009. Porém, de janeiro a setembro de 2010, a polícia registrou apenas uma ocorrência. No aeroporto internacional Galeão, no Rio de Janeiro, tem acontecido um crime por mês em média. De acordo com a polícia civil gaúcha, desde a prisão de três peruanos em março, nenhuma nova ocorrência foi registrada.

Crime é sazonal

As vítimas, geralmente, são executivos que viajam a trabalho. Por conta disso, é uma prática sazonal que aumenta de fevereiro a junho e agosto a novembro. Já nos períodos de férias, o número de casos diminui, pois os empresários dão lugar aos turistas nos aeroportos do País. Em fevereiro passado, mês de grande circulação nos terminais pelas férias e carnaval, não foi registrado qualquer furto de laptop em Congonhas por exemplo. 

Em março, quando a movimentação voltou ao normal, foram três. O conselho da polícia é que os passageiros procurem não perder de vista a bagagem; não deixar maletas na prateleira de cima do carrinho, pois são alvos mais fáceis; não deixar a bagagem sozinha; checar se não esqueceu algum pertence antes de embarcar e ficar atento às malas todo o tempo.

Novo alvo: hotéis de luxo

No dia 2 de setembro, a polícia prendeu parte de uma quadrilha especializada em furtos de bagagem e laptops nas recepções de hotéis de luxo em São Paulo. De acordo com a polícia, o alvo principal são empresários, economistas e administradores hospedados na cidade a negócios.Segundo o delegado titular da Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), Carlos Alberto Achoa Mezher, o número de furtos de laptops nos hotéis ainda é menor do que os que acontecem nos aeroportos. Para ele, os mesmo ladrões que atuam nos terminais furtam nos restaurantes, hotéis e shoppings. "Quando ficam visados em um local, mudam". Às vezes, os ladrões chegam a se hospedar no hotel para roubar de acordo com o delegado.

Portal O Dia/RJ